A criança ganhou da mãe uma caixa de presente. Ao abrir, viu o revólver com coldre, cinto e munição. Ele já tinha botas e chapéu. Não era aniversário, nem feriado.
Ele correu pro quarto, colocou chapéu, as botas, afivelou o cinto, tirou o revólver, destravou o tambor e carregou. Arriscou rodar no dedo e conseguiu, mas não antes de ajeitar o chapéu com o cano, daí sim girou e guardou, queria até ter dois.
O primeiro a morrer foi o Ursinho , balaço na testa. Temeu que o barulho alertasse os peles vermelhas.
Pensou em fazer mira no batente da porta, mas não era assim que um Cowboy matava. Entrou na sala como quem entra no saloon, suas botas e espóras ecoavam pelo assoalho. A mãe sorrindo levou o seu também, na testa. Decidiu que só mataria assim, sua assinatura: o Z do Zorro, o Dólar Furado. Assoprou o cano. A mãe caída por cima da mesa espatifada.
Num giro rápido se livrou da machadinha que a avó lançara da porta da cozinha, cravara no sofá. Na testa, BANG!
Pulou no sofá, o encosto, e atrás da pedra e aguardou. Poupou a bala do coiote negro que miou em agradecimento. O pai não teve a mesma sorte, que ao sair do banheiro levou a sua, BANG! Xerife também morre.
Nem bem caiu a noite e uma grande lua subia pro céu. Quando ouviu o barulho da porta sendo destrancada. A porta abriu lentamente mas ninguém entrou, um segundo, dois, e nada. Então o tiro lhe raspou o braço, “Maldito Apache!”, e ao cair atirou, a luz da lua havia prateado o rifle e denunciado o irmão na escuridão da encosta, BANG!
A mãe o mandou lavar as mãos para jantar.