É, ISSO, já é bem diferente!Peguei um pedaço de papel e uma caneta de dentro de uma latinha e anotei o lugar que seria o show.
- Escuta Alan, você pode colocar alguma música do cara?
Ele pareceu não entender, nem eu, mas por algum motivo achei que poderia ajudar.
- Claro!
Foi para o computador e colocou uma música.
- Essa é da fase que meu irmão adora.
- A música era boa mesmo, uma pena ser em inglês e eu não entendi nada, tive a impressão de já ter ouvido, a melodia não me pareceu estranha. Aí ele interrompeu dizendo:
- Essa é da fase que meu irmão detesta.
A música era uma bosta realmente, o rapaz tinha bom gosto, me veio uma vontade maníaca de deixa-lo matar o cara.
- Alan qual é o nome do seu irmão?
- Mário.
Perguntei se ele tinha uma foto recente, qual a cor de camisa que ele estava usando e coisas do gênero, anotei tudo e disse para ele ficar tranqüilo.
Fui saindo e ele me acompanhou com a cadeira. Na porta quando eu já estava do lado de fora:
- Detetive, isso é tudo o que eu tenho, depois posso arrumar mais.
Me estendeu umas notas, peguei e no elevador contei setenta e cinco contos. Entrei no carro e rumei para a casa de show, pois segundo o plano do Mário o cara iria fazer uma passagem de som antes da apresentação. Liguei o rádio, caso já estivesse falhado ficaria sabendo.
O trânsito impossível, claro. Parecíamos todos mortos dentro dos carros. Quarenta minutos depois e de quase ter atropelado duas crianças que vendiam balas num farol eu estava passando em segunda, bem devagar, em frente ao Overhall (era esse o nome do clube). Vi um estacionamento, dei seta, entrei e guardei o carro mais ou menos no meio, onde tinha mais vaga na verdade. Quando caminhava ajeitando o revolver debaixo da jaqueta, quase na saída um sujeito se aproximou, dei a ele cincão e falei que não demorava. Normal.
Atravessei a rua e fui pela calçada do Overhall, olhando a redondeza e imaginando a cena que eu teria que evitar, projetava a imagem do rapaz aparecendo num táxi, do nada e sentando o dedo no infeliz, ou abrindo espaço na multidão que poderia o cercar, se aproximar “Hei!” Blá. Blá. Blá! E a gritaria.
Tirei tudo isso da cabeça, não queria que realmente me pegasse de surpresa. Vi o nome do sujeito e anúncios de outros shows e numa porta um pouco mais a frente um grande segurança, caminhei até ele.
- Oba!
- Oba.
- O Sergio taí? Claro que não conhecia nenhum Sergio, mas resolvi arriscar.
- Quem?
- Ele falou que no show de hoje tem vaga e que era pra eu pintar por aqui, vai vê que ele ainda não chegou!
- Ele é da turma do Geraldo?
- Acho que foi isso mesmo que ele falou, “eu sou da turma do Geraldo”, ou foi Geraldão, puta, não lembro a gente tinha tomado quase meia caixa.
- É só pode, porque a turma do Geraldo chega mais tarde.
- Então é.
Cada uma!
- Escuta, o figurão já chegou?
- Não, mas já tem moleque enchendo o saco aqui desde cedo!
- É foda!
- Esses caras são tudo tonto!
- São memo!
- Queria ver se fosse eu...
Nesse momento chamaram ele pelo rádio. Ele deu dois passos para o lado, respondeu um treco que eu não entendi. Eu falei que ia comprar cigarros e que se o Sergio pintasse dissesse que eu estive por lá e que estava na área. Ele balançou a cabeça tomado pelo rádio. Ficou lá respondendo uns ‘positivo, positivo’, feito um grande perdigueiro idiota e adestrado enquanto eu me mandei.
- Escuta Alan, você pode colocar alguma música do cara?
Ele pareceu não entender, nem eu, mas por algum motivo achei que poderia ajudar.
- Claro!
Foi para o computador e colocou uma música.
- Essa é da fase que meu irmão adora.
- A música era boa mesmo, uma pena ser em inglês e eu não entendi nada, tive a impressão de já ter ouvido, a melodia não me pareceu estranha. Aí ele interrompeu dizendo:
- Essa é da fase que meu irmão detesta.
A música era uma bosta realmente, o rapaz tinha bom gosto, me veio uma vontade maníaca de deixa-lo matar o cara.
- Alan qual é o nome do seu irmão?
- Mário.
Perguntei se ele tinha uma foto recente, qual a cor de camisa que ele estava usando e coisas do gênero, anotei tudo e disse para ele ficar tranqüilo.
Fui saindo e ele me acompanhou com a cadeira. Na porta quando eu já estava do lado de fora:
- Detetive, isso é tudo o que eu tenho, depois posso arrumar mais.
Me estendeu umas notas, peguei e no elevador contei setenta e cinco contos. Entrei no carro e rumei para a casa de show, pois segundo o plano do Mário o cara iria fazer uma passagem de som antes da apresentação. Liguei o rádio, caso já estivesse falhado ficaria sabendo.
O trânsito impossível, claro. Parecíamos todos mortos dentro dos carros. Quarenta minutos depois e de quase ter atropelado duas crianças que vendiam balas num farol eu estava passando em segunda, bem devagar, em frente ao Overhall (era esse o nome do clube). Vi um estacionamento, dei seta, entrei e guardei o carro mais ou menos no meio, onde tinha mais vaga na verdade. Quando caminhava ajeitando o revolver debaixo da jaqueta, quase na saída um sujeito se aproximou, dei a ele cincão e falei que não demorava. Normal.
Atravessei a rua e fui pela calçada do Overhall, olhando a redondeza e imaginando a cena que eu teria que evitar, projetava a imagem do rapaz aparecendo num táxi, do nada e sentando o dedo no infeliz, ou abrindo espaço na multidão que poderia o cercar, se aproximar “Hei!” Blá. Blá. Blá! E a gritaria.
Tirei tudo isso da cabeça, não queria que realmente me pegasse de surpresa. Vi o nome do sujeito e anúncios de outros shows e numa porta um pouco mais a frente um grande segurança, caminhei até ele.
- Oba!
- Oba.
- O Sergio taí? Claro que não conhecia nenhum Sergio, mas resolvi arriscar.
- Quem?
- Ele falou que no show de hoje tem vaga e que era pra eu pintar por aqui, vai vê que ele ainda não chegou!
- Ele é da turma do Geraldo?
- Acho que foi isso mesmo que ele falou, “eu sou da turma do Geraldo”, ou foi Geraldão, puta, não lembro a gente tinha tomado quase meia caixa.
- É só pode, porque a turma do Geraldo chega mais tarde.
- Então é.
Cada uma!
- Escuta, o figurão já chegou?
- Não, mas já tem moleque enchendo o saco aqui desde cedo!
- É foda!
- Esses caras são tudo tonto!
- São memo!
- Queria ver se fosse eu...
Nesse momento chamaram ele pelo rádio. Ele deu dois passos para o lado, respondeu um treco que eu não entendi. Eu falei que ia comprar cigarros e que se o Sergio pintasse dissesse que eu estive por lá e que estava na área. Ele balançou a cabeça tomado pelo rádio. Ficou lá respondendo uns ‘positivo, positivo’, feito um grande perdigueiro idiota e adestrado enquanto eu me mandei.
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